sábado, novembro 03, 2007

A MEDIUNIDADE DOS SANTOS

Artigo encontrado num site italiano sobre a “Mediunidade dos Santos” de Clóvis Tavares

Será bom recordar logo que os fenômenos psíquicos e os mediúnicos são velhos como o mundo (Palavras de Rozana Masiero)

Nos registros históricos mais antigos, nas mais remotas tradições religiosas, nas antigas escrituras dos hindus, nos cantos célticos, nas manifestações dos magos iranianos, dos profetas hebraicos, nas literaturas gregas e latinas, em todos os lugares e em todos os tempos, encontram-se registros das relações entre o Céu e a Terra. Um consenso universal confirma esta realidade.

A expressão “mediunidade” Aplicada aos Santos da Igreja pode, à primeira vista, parecer em desacordo com o pensamento religioso. Registros inconfundíveis demonstram, porém, que a mediunidade é de todos os seres humanos, seja também com características de ordens variadas devido ao recuo do desenvolvimento e a sublimação do novel moral ligado a cada indivíduo.

Na vida dos grandes heróis da fé, que a Igreja define genericamente como Santos, encontramos os mais notáveis e maravilhosos registros espirituais da integração inteligente do Mundo Invisível com os seres humanos. Os Santos estão sempre a serviço da mediação entre as forças da esfera ultra terrestre e as necessidades humanas. Devotos e sinceros missionários na grande assembléia do Espírito Evangélico, os Santos cristãos, conscientes de sua própria missão espiritual, têm sempre atuado entre o além e a Terra.

Como se pode ver sobre alguns exemplos, tratados na obra “l`imprimatur e o nihil”, extraídos da Igreja, a expressão “mediunidade” é uma conseqüência lógica dos mesmos fatos, como disse Dante na “Vida Nova”: Nomina sunt consequentia rerum. Portanto, não é justo renunciar ao termo apenas por uma aversão preconceituosa. Também, a palavra “mediunidade” é refutada por ser usada de forma abusiva e pelos falsos médiuns ou por mistificadores. Se isso fosse motivo para preconceito, a quantas palavras deveríamos renunciar pela forma abusiva como são utilizadas, a começar pelo sagrado nome de Deus e pelo respeitável nome de Cristo. Estando assim as coisas, de forma consciente e liberada como há muito alguns já fazem. Limitar-nos-emos apenas a alguns exemplos. São incontestáveis os casos de clarividência. Com os olhos e ouvidos físicos também? Não sabemos. “Deus scit”.

Na biografia de Santa Gemma Galgani: “Gemma levava uma intensa vida spiritual. Jesus lhe aparecia, mas nunca a seus olhos físicos”. Outro registro semelhante encontra-se na autobiografia de Santa Margarida Alacoque, a vidente de Paray-le-Monial: “Via-o e sentia perto de mim, ouvia-o muito melhor que com os ouvidos físicos porque deveria me distrair e me levar a fazer outras coisas”.

Padre Thieman, biógrafo de Santa Margarida de Cortona é testemunha de o relato a seguir: “Quando escrevemos sobre a vida de Santa Margarida, não podemos deixar de falar nas visões, conversas com Deus, revelações...”.

A visão se manifesta em dois modos: a visão física, quando Deus impressiona os nossos sentidos, ou seja, assume uma forma visível ou fala em modo perfeitamente perceptível aos nossos ouvidos; a visão imaginária é quando Deus, sem intervenção dos sentidos, cria uma imagem na imaginação do ser humano. As visões de Santa Margarida foram, sobretudo, deste último tipo.

Às vezes, os Santos devem combater as forças negativas do invisível. Como testemunha, Padre A. Auffray, no seu “Santo João Bosco”, onde descreve detalhadamente a dura luta sustentada do Santo no período 1862-1864 “ces persécutions frent vraiment infernales”.

Dom Bosco via, ouvia, percebia e sofria porque tão forte era a força da convicção que o seu espírito estava nas mãos de Deus. Na sua vida, também notáveis foram os fenômenos de premonição que se manifestaram no fim da infância. Foram várias as suas premonições que aconteceram com exatidão.

O que não podemos dizer de Santa Joana Darc. Afrontando a descrença de todas, aos 13 anos ouvia as vozes de São Miguel, arcanjo guerreiro de Santa Catarina e Santa Margarida. Estas mesmas vozes a levariam ao assédio de Orleans. Avisaram-lhe que cairia na prisão e assim a mantiveram até os últimos instantes no suplício.

Tantos outros exemplos poderiam ser citados, considerando ainda os fenômenos da mediunidade curandeira, levitações, etc.

Reescreveremos outras vezes, com grande aprofundamento, sobre a fonte marcada no rodapé da próxima publicação.

Ø (Fonte: Clóvis Tavares, MEDIANITÁ DEI SANTI – Casa do Nazareno, São Paulo)

Traduzido do italiano pela professora Elizabeth Tavares, da Faculdade de Letras da UNIFLU.

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