sábado, dezembro 22, 2007

ACONTECEU EM BELÉM- alguns trechos

Maria, de Nazaré, e sua vida simples na pequena aldeia onde morava.
A pequena Maria, filha de Ana e Joaquim, era uma menina com seus
quinze anos aproximados
por aqueles dias...
Acompanhava sua mãe nas tarefas do lar e nos pequenos trabalhos de
cultivo no campo.
Maria possuía, por tradição familiar e por força de sua cultura,
conhecimento das escrituras
e profundo respeito às leis e aos ditos dos profetas...
A filha de Ana e Joaquim tinha sonhos e vontades de menina, do mesmo
modo que as outras
meninas da sua idade. Desejava conhecer Jerusalém. Ouvia dizer coisas
impressionantes
sobre seu Templo. Sonhava casar-se com um bom marido, ter filhos, ser
feliz e reproduzir
essa felicidade feita de pureza pela sua vida inteira...
Maria, o mesmo que Miriam, nome que significa obstinada...
Maria, menina, ainda crescendo e aprendendo o mundo, era uma doce
criaturinha que
morava naquela aldeola...
Filha de Joaquim e Ana...
Em pouco tempo, todas as gentes e nações do mundo inteiro, por todas
as gerações futuras
iriam conhecê-la como a bem aventurada...
Maria, filha de Ana e Joaquim...


I
Uma menina ainda, essa Maria,
Filha bonita de Ana e Joaquim...
Tão simples quanto a aldeia em que vivia,
Tão moça ainda e já crescida assim...
E como as moças que na aldeia havia,
Maria, filha de Ana e Joaquim
Sabia que ia se casar um dia
Com o moço para quem seu pai dissesse sim...
Maria, tão nova, tão decidida...
Como era comum sua vida...
Como era nem tão boa nem tão ruim...
Como era diária a vida de Maria...
Como era igual à das outras, quem diria,
A vida da filha de Ana e Joaquim...
II
Maria, filha de Ana e Joaquim
Menina ainda, vivia assim
No povoado de Nazaré,
Entre os serviços do lar e as brincadeiras,
Entre as coisas de Deus e as coisas passageiras,
A moça desposada por José...
Menina, amiga das escrituras,
Conhecedora das palavras puras,
Sabedora da letra do Senhor...
Maria, moça ainda e tão crescida,
Como quem se prepara para a vida,
Para vivê-la em nome desse amor...
Bela Maria, ainda tão menina,
Sua inocência não imagina
Um único dia da vida que a espera...
Maria brincando... Maria correndo...
Olhar Maria é o mesmo que estar vendo
Frutos maduros em plena primavera...



Certa vez o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade de nome Nazaré a
uma virgem chamada Maria. Entrando onde ela se encontrava, o Anjo se apresentou
causando em Maria grande temor...
Maria estava, certa vez, em silêncio durante seu dia...
Encontrava-se, naquela época, noiva do carpinteiro José, esperando o
tempo de consumar
sua união...
Um grande e súbito susto tomou conta dela naquele momento.
Foi quando apareceu em sua frente aquele anjo enviado por Deus que a saudou com
gentileza e aprovação...
A sua primeira reação foi sentir medo...
Não saberia imaginar os motivos que levariam um anjo do Senhor a vir ter com ela
naquele momento...
Menina, nada mais próprio e esperado que aquele sentir medo...
Maria estava em silêncio certa vez no curso de seu dia comum de existir.
O silêncio de Maria ecoava em seu coração.
Emprestava-lhe ouvidos bons e preparados para entender as coisas que o
anjo dizia...
O silêncio de Maria, a bem aventurada, escrava do Senhor, cuja palavra
nela se cumpriu
conforme a vontade de Deus...
Maria estava em silêncio certa vez, durante o curso de seu dia...
Eis que um Anjo de Deus, de nome Gabriel, a ela apareceu...
"Cumpra-se em mim segundo a tua palavra" disse Maria ao Anjo após escutá-lo...
O menino que haveria de nascer usaria aquelas palavras em dois
momentos de sua curta
e definitiva existência.
Ensinaria assim aos seus apóstolos quase com as mesmas palavras de sua mãezinha,
como orar a Deus: "seja feita a tua vontade assim na Terra como no Céu..."
E já no Horto das Oliveiras, nos momentos que precederam sua prisão,
repetiria Jesus em
oração a Deus: "Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice. Não se
faça, contudo, a minha
vontade, mas a tua..."


E havia, nas suas palavras,
O mesmo perfume nascido das palavras de Maria...

Estava Maria em silêncio, certa hora
E um Anjo entrou onde Maria estava.
Maria, perturbada, sentiu medo
Enquanto o Anjo se apresentava...

O coração de Maria, disparado,

Ouvia atento cada palavra...
Estava Maria em silêncio quando o Anjo
Se aproximou. Maria se assustava.
Era uma menina, Maria... Uma menina...
Moça pobre de aldeia palestina

E ao ver um Anjo na sua frente

Uma menina ainda, e assustada,
Mas assustada e atenta. E interessada.
E recebeu o Anjo humildemente...

Salve, Maria! O Senhor é contigo!

Assim o Anjo Gabriel se anunciou...
Achaste graça diante de Deus
Não tenhas receio. E continuou:

Tu conceberás e darás à luz um filho.

E porás nele o nome Jesus, o Anjo explicou.
Ele será chamado Filho do Altíssimo.
Falou o Anjo a Maria, que aceitou.

Deus lhe dará o trono de Davi.

Seu Reino não terá fim, o Anjo sorri,

Então Maria, assustada, perguntou:

De que maneira se dará a concepção
Se não conheço o varão?
De que maneira tudo se dará?

Maria ainda tremia.

Assustada, não sabia
Aquilo tudo explicar.
Foi quando o Anjo, que percebia
O coração de Maria,
Estando certo do que dizia,

Continuou a falar:

Descerá o Espírito Santo sobre ti. Confia.
E com tua sombra te cobrirá.
Será chamado "Filho de Deus", Maria,
Esse menino que de ti nascerá.
Enquanto o Anjo falava
Maria compreendia.

Silenciosa, escutava

O que o Anjo lhe dizia.
Pouco a pouco se acalmava,
Aos poucos não mais temia
O Anjo que se explicava
E a forma como o fazia.
Bebia cada palavra,
Cada explicação sentia,
E já não mais se assustava
Com as coisas que ela ouvia.
Maria ali começava,
Sem perceber, nesse dia,
Um tempo que se iniciava
Porque Deus lhe conduzia
Enquanto o Anjo falava,
Enquanto o Anjo dizia...
_Eis aqui a escrava do Senhor

E, porque escrava,

Faça-se em mim segundo sua palavra...
E depois disso o Anjo se afastou...
Não discutiu, não falhou, não foi embora,
Não resistiu. Não fugiu. Não recuou.
Curvou-se ante o Anjo prontamente e sem demora
E não se diminuiu quando se curvou.
Tantas Marias pelo mundo afora...
Que coisas Maria pensou?
Seu coração se agitou naquela hora
Em que o Anjo falou...
E o coração agitado de Maria
Nunca mais esqueceu aquele dia
E nunca mais desacelerou

Porque sabia,

Seu coração, o que aconteceria
Depois de tudo que o Anjo lhe contou...


Luís Alberto Mussa Tavares
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