sábado, dezembro 06, 2008

Com o Oceano em Atafona


O Título desta postagem seria abslutamente despropositado se
"Oceano" não fosse um nome próprio. Sim, o Oceano Vieira de Melo, diretor da Versátil Home Vídeo, que distribui inúmeros filmes europeus no Brasil e produz alguns dos melhores documentários espíritas da atualidade: Chico Xavier Inédito, quatro títulos sobre Allan Kardec, Eurípedes Barsanulfo e outros.
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Oceano e sua esposa Sônia, na produção de um próximo Documentário sobre Chico Xavier, foram comigo à Atafona filmar alguns lugares importantes na vida do medium, que passou 10 dias nesta praia sanjoanense.
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Chegamos a Atafona e fomos à casa de meu primo Cláudio Tavares para que ele nos levasse à casa onde Chico ficou em Atafona em 1967.
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Ao chegar à casa, entrei detendo-me demoradamente em cada detalhe. Fiquei envolvido em uma recordação muito serena e doce.
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Percorri a casa, fui à varanda onde, em 1967, Mamãe com Carlinhos ao colo, Maregarida, eu, Luisinho e Celsinho, esperávamos ansiosamente a chegada de Chico Xavier à nossa casa. Quando a Simca Jangada de Rubinho parou em frente ao portão, eu invadi o carro para abraçar o querido Chico. Em seguida nós, então crianças, cantamos em coro a canção Companheiro, composta por Quinto Celso no livro Ave Cristo. Este fato é narrado no Trinta Anos com Chico Xavier:
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"Companheiro, companheiro
Na senda que te conduz,
O céu te conceda à vida
Às bênçãos da eterna luz.
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Companheiro, Companheiro
Recebe por saudação
Nossas flores de alegria
No vaso do coração!"
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Logo em seguida adentrei a sala de estar e quantas recordações maravilhosas vieram à minha mente. Eu vi nitidamente o Chico sentado à mesa com o Papai em conversas longuíssimas sobre as viagens aos Estados Unidos e à Europa. Eu escutei Chico falar sobre Carcassone e nunca mais me esqueci. Vi o querido Chico almoçando conosco e brincando com Celsinho sobre "as casas de ouro do céu", que ele prometeu dar ao Chico, sobre a bandeira do Corínthians que Chico prometeu pedir ao Galves. Enfim, sobre as receitas que uma determinada freira lhe ditava e que ele carinhosamente ajudava a minha Mãe na cozinha a fazer. E nós saboreamos estes manjares, literalmente do céu.
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Olhei o quartinho em que Chico dormiu, o lugar onde ficava a escrivaninha onde psicografou No Portal da Luz no decorrer destes 10 dias.
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Fui ao quintal, grande quintal, no mesmo lugar onde Luisinho, Celsinho e eu brincávamos às 6 da manhã sob a janela do quarto em que Chico dormia. Ele dormia muito tarde por causa da psicografia. Fazíamos muito barulho e Papai vinha rápido, sussurrando uma briga, e nós corríamos, mas no outro dia o fato se repetia.
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Vi a laranjeira, a mesma laranjeira, a mesma pitangueira e o mesmo cajueiro. Até algumas pedras, blocos de pedra grandes estão nos mesmos lugares. Tudo voltou à minha memória 41 anos depois.
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Ali sob o cajueiro, orei a Deus e agradeci a oportunidade de estar reconstruindo todas estas coisas, gravando as imagens e os depoimentos pelo trabalho oportuno e missionário de Sônia e Oceano Vieira de Melo.
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Deus abençoe sempre este casal que registra para o futuro imagens e sons, recupera documentos perdidos e gravações que jamais ousaríamos escutar.
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Todas estas coisas estão hoje sendo levantadas pela tecnologia que nos veio por brinde divino através das mãos abençoadasa do amigo Oceano.

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